segunda-feira, 9 de maio de 2011

ISRAEL UM SONHO MEU

  "Então Maria seguiu para Belém e lá nasceu Jesus o filho de Deus." Eu ouvia atentamente dos meus pais essas histórias, enquanto pensava que não seria tão impossível conhecer esse cenário, afinal o Pará não era tão longe do Maranhão assim... "Mas aí filha, passado muito tempo, esse mesmo filho de Deus foi crucificado em Jerusalém..." Bom, aí já ficou um pouquinho mais complicado, pois na minha cabecinha, Jerusalém era um lugar inatingível. E foi por muito tempo, mas nunca deixei de sonhar que um dia pudesse conhecer um desses lugares das histórias da minha infância, mesmo sabendo que essa Belém, não era tão pertinho do Maranhão como eu imaginava.

A "Oportunidade" me deu duas chances: uma quando eu ainda estava na Alemanha, mas devido o perigo que rondava por lá na época, agradeci e adiei o sonho. A outra foi daqui de Viena. Quando soube que só eram três horas de voou não acreditei. O medo de voar e o medo das bombas que diziam que explodiam por lá tentaram me intimidar, mas fui mais forte. Lembro-me de quando estava no taxi indo para o aeroporto com maridinho, liguei para um amigo e disse que fizesse tudo que eu estava determinando, caso nos explodissem. Ele morreu de rir, me deu uma bronca, mas levou a sério.

Me senti mais tranquila em Israel do que no Brasil. Primeiro fomos à Tel Aviv, a segunda maior cidade de Israel. Pensava encontrar gente enrolado em panos brancos ou pretos e até mesmo, gente calçada em sandália "Boa Samaritana". Legal foi a surpresa de encontrar pessoas de biquíni, shorts, cangas, camisetinhas nas praias. E que praias! Encontrei gente bonita, alegre e pra frente. Encontrei ruas largas, lindas, cheias e modernas. Senti-me em Copacabana. Adoraria passar umas férias de verão em Tel Aviv.

Mas, não era bem isso que eu procurava. Pegamos então um táxi e fomos para Jerusalém. Situada nos montes da Judéia é a cidade santa para os muçulmanos, a cidade da paixão de Cristo para os cristãos, a cidade de paz para os hebreus e a cidade dos contos bíblicos da minha infância. Poucos foram, no curso da sua história os seus períodos de paz. Mas particularmente falando, foi o que eu senti ao cruzar os portões de entrada para Jerusalém: Paz de espírito.


No monte do Getsemani existem oito oliveiras que, de tão velhas e retorcidas foram consideradas as descendentes da época de Cristo.

Uma vista belíssima do alto do Monte das Oliveiras

Aqui, contam que Jesus se escondia para ensinar o Pai Nosso. E agora está lá, em todas as línguas o Pai Nosso  para ser lido com toda fé e liberdade.


Aqui está o nosso em português.
 
Muro das Lamentações:  Símbolo da fé hebráica. É lugar de peregrinação para os hebreus do mundo inteiro. É assim chamado porque aqui os hebreus durante o longo exílio podiam voltar uma vez por ano para chorar e lamentar a destruição do Templo. 
Fomos lá, não para lamentar, mas agradecer a oportunidade de poder estar ali.
Mulheres para um lado homens para o outro, e os homens obrigatoriamente tem que usar esse chapeuzinho "tapa careca"
Acho que também pode lamentar através do celular. 
Via Dolorosa é a via por onde Jesus passou carregando a cruz até chegar no Calvário.  O portão de entrada para esta Via é o portão de Damasco. Aqui, sem dúvida, concentra as emoções mais secreta de cada visitante.

 Esta simples pedra de calcário simboliza a "Pedra da Unção", onde sobre o corpo de Jesus, depois de descer da cruz, foi deitado e chorado por Maria antes de ser fechado no sepulcro.
      Aqui, na III estação mostra o lugar onde Jesus carregando a cruz, caiu pela primeira vez.





Capela da ascensão de Cristo.


Depois de fazermos toda a Via Dolorosa, que infelizmente não dá para ilustrar todo o caminho, devido à chatice que é colocar essas fotos, fomos à Belém. Aquela que não é do Pará, mas sim a que fica no meio de toda uma  paisagem bíblica. 
A cidade é feia, pobre e confusa, mas ao mesmo tempo muito interessante.

Basílica da Natividade. Ao fundo a porta da humildade
Estrela de prata que indica o lugar onde Jesus nasceu.
Lugar onde viveu São Jerônimo, tradutor da bíblia do hebráico para o latin

Bom, assim foi a nossa viagem cheia de certezas e dúvidas . Prometemos-nos voltar para conhecer um pouco mais desse mundo de histórias curiosas.
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